Após o crime ficam as seqüelas

Você conhece alguém que tenha desenvolvido síndrome do pânico após ter sido vítima de um ato de violência? Tive a oportunidade de conversar com várias pessoas que desenvolveram síndrome do pânico após assalto ou simples furto. Constatei que muitos dos casos poderiam ter sido evitados se as pessoas tivessem agido preventivamente em relação ao ato de violência que serviu como agente detonador do problema. Dean Kil Patrick, diretor do Centro de Tratamento e Pesquisas de Vítimas de Crimes da Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, afirma que vítimas de crimes estão dez vezes mais sujeitas a enfrentar depressões profundas que a maioria das pessoas, até mesmo uma década depois do crime. A psicóloga norte-americana, Mary Koss, revela que as vítimas da criminalidade freqüentam duas vezes mais os consultórios médicos do que quem nunca passou por esse trauma. Vou apontar ao amigo leitor as sequelas que podem afetar vítimas da violência urbana: a) Sensação de abandono: o mundo passa a parecer um lugar inseguro e a vítima perde a confiança em sua capacidade de lidar com os outros. b)Raiva por ter sido vítima: muitas vezes, a vítima expressa ódio contra a família ou qualquer pessoa que tente ajudá-la. c)Sensação de ter sido atingida de forma permanente: vítimas de estupro podem achar que nunca mais serão dignas. d)Incapacitação para relacionamentos íntimos: a vítima pode perder a confiança nas outras pessoas, tornando-se incapacitada para estabelecer relacionamentos íntimos. e)Preocupação com a ordem: a vítima começa a se preocupar com detalhes de organização, podendo tornar-se obssessiva. f)Sensação que o mundo é injusto: para evitar esse sentimento, a vítima passa a acreditar que fez algo errado e, portanto, mereceu ser alvo de um crime. Quando agimos proativamente em favor de nossa segurança pessoal e familiar, sentimo-nos bem. Mas se nos mantemos inertes e reativos no tocante ao assunto, geramos um medo irreal, que provoca tensão e alimenta ainda mais o medo injustificado.