Um dia, o Mestre falava sobre o princípio do amor; da importância de se pagar sempre o mal com o bem! O discípulo ficou pensando se na prática ele realmente agiria assim. Até que numa certa manhã o jovem escutou um homem arrogante gritando com o sábio, que já era idoso e de aparência fragilizada. O homem o insultava com palavras torpes e ainda fazia ameaças. Não era possível ouvir a voz do mestre, apenas os gritos do ofensor.
Depois que o agressor partiu, o discípulo se aproximou do Mestre e indagou:
“Por que o senhor não disse nada?”
A resposta foi:
“Dizer o que, meu bom rapaz?”
O jovem replicou:
“Responder aos gritos daquele homem que tanto o ofendeu injustamente”.
“Meu filho, se você resolve me oferecer um presente e eu não recebo, com quem o presente ficará?”, indagou o sábio.
“Comigo, mestre. Mas o que tem isso a ver com os insultos?” disse o garoto.
“Tem sim. Aquele homem trouxe-me de presente vários insultos que eu não recebi. Assim, ele continuou com os insultos que trouxe”.
O jovem sorriu, abraçou o mestre, que continuou:
“Deixe sempre com os outros os presentes ruins que só servem para acabar com a tranquilidade. Sentimentos como inveja, raiva, rancor não devem habitar por nenhum instante o nosso ser, o nosso coração”.
Amigo leitor, toda vez que entramos na mesma energia ou sintonia daquele que deseja nos irritar ou ofender, perdemos de alguma forma o embate, pois o ofensor conseguiu seu intento, que é desestabilizar.
O velho ditado popular que diz: “Quando um não quer, dois não brigam”, deveria ser mais exercitado. Pense a respeito!
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