O vovô de quase 80 anos disse a seu neto, que veio a ele com raiva de um amigo que lhe havia feito uma injustiça:
“Deixe-me contar-lhe uma história. Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio daqueles que “aprontaram” tanto, sem qualquer arrependimento daquilo que fizeram. Todavia, o ódio corrói você, mas não fere seu inimigo. É o mesmo que tomar veneno desejando que seu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra esses sentimentos”.
O neto replicou:
“Vô, estou com muita raiva; estou pagando por algo que não fiz! Minha vontade é esbravejar e retrucar. O que o senhor me orienta?”
O ancião segurou no ombro do neto e concluiu:
“Temos dois lobos dentro de nós. Um deles é bom e não magoa. Ele vive em harmonia com todos a seu redor e não se ofende quando não se teve intenção de o ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isso, e da maneira correta, digna e ética. Mas, o outro lobo, ah!, este é cheio de raiva. Mesmo as pequeninas coisas o lançam num ataque de ira! Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não pode pensar porque sua raiva e seu ódio são muito grandes. É uma raiva inútil, pois não irá mudar coisa alguma! Algumas vezes, é difícil de conviver com esses dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito”.
O garoto olhou intensamente nos olhos de seu avô e perguntou:
“Qual deles vence, vovô?”
O avô sorriu e respondeu baixinho:
“Aquele que eu alimento”.
O grande escritor e pensador inglês Samuel Jonhson fez a seguinte reflexão por volta de 1750:
“É melhor sofrer uma injustiça que praticá-la, assim como, às vezes, é melhor ser enganado do que não confiar”.
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