“Amor, você me ama?”
“Claro que sim!”
“Mas você me ama de verdade?”
“Já disse que sim, amor; você de novo com esse papo”.
“Como posso ter certeza que você me ama?”
“Poxa, é a minha palavra, você não percebe, não sente que te amo?”
“Quero que você prove que é fiel a mim”.
“A prova é a minha palavra”.
“Todo homem diz que é fiel”.
“Para com essa bobagem, esse assunto não leva a nada”.
“Se você é realmente fiel como afirma e não tem nada a esconder, então me dá sua senha no Skype”.
Nesse momento uma pergunta se faz presente?
Se o leitor estivesse envolvido nessa conversa, atenderia o pedido e ofertaria a senha do Skype?
Mas vamos continuar com a trascrição da discussão do casal:
“Mas que bobagem, não vou dar minha senha, isso é muito pessoal”.
“Tá vendo como tenho razão em desconfiar de você”.
“Gozado, você diz que me ama mas não acredita na minha palavra! Mas por que você cismou de querer controlar meu skype”?
A noiva ficou calada por um instante, mas respondeu:
“Sou possessiva, me sinto melhor tendo o controle”.
O leitor acha que um relacionamento com essas bases poderá dar certo?
Não confunda parceiro(a) protetor(a) com parceiro(a) possessivo(a).
Outro detalhe importante, é que existe uma linha tênue que separa o possessivo inocente ou carente do possessivo agressor.
Relacionamentos com alto grau de possessividade, geralmente, trazem infelicidade, ansiedade, raiva e até mesmo agressões emocionais e físicas.
É relativamente fácil reconhecer alguém possessivo, mas de qualquer forma, vou apontar alguns dos principais sinais:
-Ao não acatar pedido do parceiro, se torna irritante, passa a praticar chantagem emocional e pode se tornar ameaçador.
-Parceiro praticamente respira no seu cangote, está sempre presente, física ou virtualmente, querendo administrar aonde você vai e com quem você está.
-Com o tempo, deseja ter acesso a suas senhas para saber o que você faz na internet e no smartphone.
-O possessivo tem você como centro do universo; com o tempo te afasta de seus amigos e parentes próximos.
-Não respeita sua individualidade e seus limites pessoais.
-Torna-se muito ciumento se você dá atenção a outra pessoa.
-Avalia o tipo de roupa que você usa e interfere sem cerimônia.
-Envia, insistentemente, mensagens eletrônicas. Na verdade, está vigiando, desejando saber onde você está.
-O possessivo quer se envolver em todo processo de decisão da vida do parceiro.
-A estratégia do possessivo é diminuir a autoconfiança do parceiro para facilitar a manipulação.
-Nos momentos de crise justifica-se dizendo que tudo que faz é por amor
Mas por que o possessivo age assim?
Pessoas possessivas são inseguras!
Mas essa insegurança vem de onde?
Medo de abandono ou rejeição.
Pessoas possessivas, geralmente, têm falta de amor próprio e usam os outros como muleta emocional”.
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