Quando lancei meu primeiro livro, em 1999, intitulado “Como Conviver Com a Violência”, entrei em contato com o escritor Eduardo Alves da Costa, para o qual pedi autorização para publicar o texto “Despertar é Preciso”, de sua autoria, que diz o seguinte:” Na primeira noite eles aproximam-se e colhem uma flor do nosso jardim e não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada”. A criminalidade aumentou e se tornou mais perigosa na medida em que os marginais começaram a entender que unidos, trabalhando em conjunto, seriam mais fortes. Do outro lado, encontramos a sociedade com medo, preocupada, acuada e com extrema dificuldade em se organizar no sentido de reverter esse quadro caótico. Cada vez mais, as famílias estão aquarteladas dentro de suas casas e muito dessa inércia é explicada pelo excesso de individualismo. Martin Niemoller, símbolo da resistência aos nazistas, escreveu em 1933: “Um dia vieram e levaram meu vizinho, que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho, que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. No terceiro dia, vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar...”. Se o homicídio ocorreu em outro Estado, muita gente fica chateada, mas a vida segue da mesma maneira. Se aconteceu em nossa comunidade, a indignação aumenta, principalmente se já passamos pela localidade do fato. Se o episódio fatídico se deu no bairro vizinho, é necessário tomar algumas providências e alertar os familiares que vivem mais próximos do ocorrido. Quando o fato criminoso foi gerado no nosso bairro ou com alguém muito próximo, chegou a hora de instalar mais grades, levantar o muro e aumentar a quantidade de câmeras. A cultura do individualismo acaba prevalecendo, e é por isso que criaram, há muito tempo, o jargão popular: “Cada um por si e Deus por todos”.
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