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Idoso: quando o inimigo está dentro de casa

Estelionatários têm como um de seus alvos prediletos as pessoas da terceira idade. A explicação é uma só: idosos conheceram uma época onde honestidade e ética eram regra e não exceção. O "fio de bigode" valia muito mais que um contrato, cheque ou nota promissória. Palavra dada era palavra de honra, de cavalheiro. Muitos idosos, inocentemente, atendem com a maior gentileza desconhecidos que batem à sua porta ou quando abordados nas ruas e no interior de estabelecimentos bancários; assim, acabam se tornando vítimas de golpistas. A presente constatação não deve ser novidade para o leitor, mesmo assim, tenho alerta a fazer aos amigos da terceira idade: tomem muito cuidado com a aposentadoria e poupança, pois parentes e amigos podem estar de olho no seu pecúlio. A polícia civil, só na cidade de São Paulo, tem registrado a cada quatro dias uma ocorrência sobre subtração de dinheiro de idosos. Os criminosos, normalmente, são aqueles nos quais as vítimas depositavam extrema confiança. Denúncias aumentam sistematicamente, também em relação a crimes de maus tratos e discriminação. Fiquei sabendo de caso no qual um filho infernizava a vida da mãe viúva para que fosse internada em asilo, pois queria ficar com a casa. Fato pior apontou filha de 43 anos, que ameaçava cometer suicídio se o pai de 78 anos não repassasse todos os meses 80% de sua aposentadoria. Apoderar-se de cartões de bancos, de crédito e até do cartão de ônibus do idoso, são as ocorrências comuns. Muitos não registram queixa na delegacia do idoso, pois temem não serem mais visitados pelos parentes ou por achar que o ente querido vai ficar com ficha suja ou até ser preso. É comum ouvir a seguinte frase: "É difícil denunciar o próprio filho". O Estatuto do Idoso, que entrou em vigor em janeiro de 2004, prevê que quem pratica alguma violência contra uma pessoa da terceira idade pode pegar até quatro anos de prisão. Nossa orientação ao idoso que está sendo vítima de familiar e não tem coragem de ir à delegacia, é que procure parente de confiança, exponha o drama que está vivenciando e peça ajuda. Se o problema ficar insustentável, não hesite em procurar a delegacia de seu bairro. Converse com o Delegado de Polícia, ele explicará os trâmites legais para cessar essa sangria em suas contas bancárias.

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