Conversando com uma senhora de 74 anos, ela me contou que era viúva e que morava sozinha em um apartamento na Vila Mariana, em SP. Em tom de confissão, ela fez o seguinte relato motivada por medo de uma invasão: “Lordello, tenho o hábito de antes de dormir travar a porta de acesso ao elevador. Posso fazer isso porque só tem um apartamento por andar no meu prédio. Em seguida, passo a tranca na porta da minha unidade e vou dormir mais tranquila”.
Preocupado com tal atitude, fiz a seguinte pergunta:
“Se porventura a senhora passar mal e precisar ser socorrida, como as pessoas conseguirão entrar no apartamento para ajudá-la? E tem mais um problema, travar a porta do elevador, mesmo atendendo somente sua unidade no andar, é atitude incorreta e ilegal, porque é proibida por disposições do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e contraria alguns julgados”
A idosa suspirou, e com ar apreensivo, disse:
“Puxa, não sabia disso. Ninguém me informou”
Na mesma esteira de pensamento, imagine se o porteiro que trabalha em uma guarita blindada desmaiar por algum motivo. A pergunta que não quer calar: com quem fica a chave reserva? Aonde será que ela se encontra?
A intenção deste artigo é alertar pessoas que moram sozinhas ou trabalham em ambiente confinado e trancado. É preciso ter plano de emergência para determinadas situações.
Com a tecnologia do celular, ficou mais fácil pedir socorro em razão de mal súbito ou queda que impossibilite a locomoção. Com smartphone por perto é possível solicitar ajuda, mas o ideal é ter um plano de ação bem elaborado e com a participação de pessoas de confiança.
Quem mora em condomínio pode contar com apoio rápido do porteiro, zelador, síndico e vizinhos com os quais tenha bastante amizade e confiança.
Dessa forma, é importante que cópia da chave do apartamento esteja com alguém que trabalhe ou administre o edifício e que em caso de emergência esteja facilmente à disposição.
Ligar para parente que more distante não é boa opção, principalmente em casos graves quando o socorro deve ser o mais rápido possível.
Quem mora sozinho em casa deve arranjar alternativas, pois não tem a opção de acionamento do funcionário da portaria ou zelador.
Nesses casos, é preciso localizar pessoas do bairro e tê-las como apoio se precisar de socorro rápido. E esses amigos vão precisar ter a chave da sua casa para entrar e verificar qual providência precisa ser tomada.
Se você gostou de minhas sugestões, o primeiro passo é encontrar as pessoas que poderão te socorrer em momento difícil e anotar seus telefones de forma preferencial em seu aparelho celular.
Tenho absoluta certeza que alguns leitores podem estar tendo o seguinte pensamento:
“Mas Lordello, deixar a chave de casa com terceiros não é perigoso?”
É preciso ter em mente que tudo na vida tem um risco, mas é óbvio que nossa missão é minimizar quase a zero a possibilidade que se concretize.
É importante frisar, que pessoas que moram ou passam boa parte do tempo sozinhas em casa ou apartamento, principalmente idosos ou enfermos, podem precisar de auxílio imediato. A arma é ter o celular sempre por perto. Recomendo que o aparelho fique preso a um colar adaptado, que deve ser mantido no pescoço, pois assim o smartphone estará sempre bem próximo.
Ser proativo é se antecipar ao problema antes dele acontecer.
Portanto, se você reside sozinho, pondere e reflita sobre o conteúdo deste artigo e crie estratégia para uma eventual necessidade de socorro.
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