Após entrevistar centenas de assaltantes, descobri que ele ao perpetuarem o crime tem dois medos:
1) Ser preso 2) Ser morto pela polícia ou pela própria vítima que pode estar armada.
Outro ponto interessante é que o marginal tem todo o tempo do mundo para procurar uma vítima que esteja em circunstâncias favoráveis para a prática criminosa. Aprendi que o criminoso não deseja correr riscos desnecessários e que as vítimas não são escolhidas de maneira aleatória.
Portanto, na grande maioria dos casos que analisamos a vítima facilitou e muito o oficio do marginal. Na gíria policial dizemos que a pessoa “deu mole” ao ladrão. Preste atenção nessa colocação: ”A criatividade dos assaltantes não tem fim, mas diga-se de passagem, a ingenuidade das vítimas também não”. Pessoas ingênuas e que não exercitam prevenção, terão mais chances de serem abordadas, pois freqüentemente se colocam em posição de risco.
Se o marginal estiver passando naquele momento, com certeza identificará aquela atitude imprudente e perpetuará seu intento criminoso. Acompanhe a matéria abaixo que relata ações negligentes e imprudentes de muitos moradores:
CUIDADO: O LADRÃO PODE ESTAR DENTRO DO PRÉDIO
(O Estado de São Paulo, 23.05.2004)
Para especialista, a segurança de morar em apartamento caiu de 100% para 30%
Quem lida com segurança patrimonial conforma que a situação mudou. “Antigamente, era 100% seguro morar em prédio. Agora são só 30%”, diz o Presidente do Sindicato das Empresas de Segurança, o advogado Jose Jacobson Neto. Sindica do edifício de 24 andares onde vive, Thelma Bolzan acha que o maior problema é muita gente não ter consciência da gravidade da situação. ”Pegam o controle e abrem a porta sem prestar atenção, levam outras pessoas e ainda se aborrecem quando o porteiro interfere. Com isso colocam os outros moradores em risco”. Para a advogada Vânia Pires Ferreira, de 50 anos, que mora na Vila Nova Conceição, a indiscrição de funcionários pode ser um perigo. ”Sempre é alguém de dentro que dá as coordenadas. Acabam dando as dicas”. O advogado Mauricio Mendes acredita que para ser seguro, o prédio precisa de câmeras e detectores de metais, alem de funcionários bem treinados. No condomínio onde mora, na Rua Martiniano de Carvalho, no Paraíso, há um sistema de vigilância eletrônico precário. ”Outro dia, houve um assalto no prédio ao lado. O criminoso passou na frente da câmera, que o filmou tão mal que não pode ser identificado”.
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