Por que será que tanta gente no Brasil tem dificuldade em ser objetivo e falar a verdade doa a quem doer?
Será que faz parte da cultura latina ou é o famigerado “jeitinho”?
E não é somente quanto a mentiras; muitas pessoas deixam a objetividade de lado pois acreditam que a sinceridade pode, eventualmente, magoar, assim, preferem entrar na onda do “enrolation”.
O leitor já conheceu alguém que quando quer dizer “sim” fala “não” ou “depende”?
Um exemplo clássico, é o do devedor que prefere ficar enrolando o credor; promete que vai pagar em dois dias mesmo sabendo que não será possível. E aquele negócio que nunca é decidido porque o possível comprador ao invés de dizer que não tem interesse, mantém a expectativa e assim prejudica ainda mais o vendedor.
Para deixar mais claro meu pensamento, vou relacionar as principais “mentiras” que são contadas no cotidiano e que servem para iludir as pessoas:
ADVOGADO: esse processo é causa ganha.
AMBULANTE: qualquer coisa, volta aqui que a gente troca.
ANFITRIÃO: já vai embora? Puxa, ainda é cedo!
ANIVERSARIANTE: não se preocupe por não ter trazido presente, sua presença é o que importa.
BÊBADO: sei perfeitamente o que estou dizendo e fazendo.
CASAL SEM FILHOS: visite-nos sempre; adoramos suas crianças.
CORRETOR DE IMÓVEIS: em seis meses colocarão água, luz e telefone.
DENTISTA: não vai doer nada.
DESILUDIDA: não quero mais saber de homem; pra mim chega!
DEVEDOR: amanhã, sem falta!
ENCANADOR: já achei o defeito. É muita pressão que vem da rua.
GARÇOM: a comida está demorando porque é tudo feito na hora!
FILHA DE 17 ANOS: dormi na casa de uma amiga.
FILHO DE 18 ANOS: antes das onze estarei de volta.
GERENTE DE BANCO: temos as taxas mais baixas do mercado.
INIMIGO DO MORTO: era um bom sujeito.
JOGADOR DE FUTEBOL: vamos reverter a situação no próximo jogo.
LADRÃO: isto aqui eu achei na rua.
CLIENTE DE SHOPPING: passo amanhã para levar.
MECÂNICO: peça recondicionada dura a mesma coisa.
MUAMBEIRO: tem garantia de fábrica de 1 ano.
NAMORADA: pra dizer a verdade, nem beijar eu sei.
NAMORADO: você foi a única mulher que eu realmente amei.
NOIVO: casaremos o mais breve possível!
ORADOR: serei breve; apenas duas palavras…
POBRE: se eu fosse milionário ajudaria todo o mundo.
RECÉM-CASADO: até que a morte nos separe.
VENDEDOR DE SAPATOS: pode levar sem medo que não vai doer, depois alarga no pé.
SOGRA: em briga de marido e mulher não me meto.
VAGABUNDO: há três anos que procuro trabalho mas não encontro.
AMIGAS NO FACEBOOK: como você é linda!
MÉDICO DO UPA: é só uma virose!
Outros povos, como o alemão, japonês, inglês e o americano, são autênticos e objetivos ao máximo; não imaginam a possibilidade de magoar alguém por serem sinceros.
Uma amiga que é casada com um americano e que mora nos EUA há muitos anos, disse que demorou para entender a “sinceridade” do marido. Ela me contou que certa vez estava no banho quando a campainha tocou. O marido atendeu a porta; era uma mineira, amiga dela, que estava passando por ali e resolveu fazer uma visitinha. O americano não teve dúvida e perguntou:
“Você avisou que viria nos visitar?”
A moça respondeu secamente:
“Não”.
O americano não teve dúvida e disparou:
“Então, por favor, volte outro dia mas não esqueça de avisar com pelo menos 24h de antecedência para que possamos nos programar para recebê-la”.
Já um primo que foi trabalhar na Alemanha ficou surpreso quando um colega de serviço convidou-o, por e-mail, para jantar em sua casa e fez as seguintes perguntas:
“Você está convidado para jantar com minha família daqui a duas semanas. Peço que venha sozinho e chegue às 20h. Para que minha esposa prepare a refeição, favor responder as seguintes informações:
Quantas batatas você costuma comer?
Quantos bifes?
Quantas colheres de arroz?”
E para terminar:
“O vinho é por sua conta”.
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