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Zelador mata marido traído! Esse crime poderia ter sido evitado?

No início de abril/2015, o zelador Francisco da Costa, de 32 anos, matou um homem no bairro de Perdizes, na zona oeste de São Paulo, e fugiu. Ao se apresentar à polícia, confessou que estava tendo relacionamento extra-conjugal com a esposa da vítima, e que esta, ao descobrir a traição, passou a extorqui-lo e ameaçar.

Um comerciante da região disse ter presenciado a discussão entre os dois homens e que viu o zelador, armado, correr atrás do desafeto e atirar pelo menos duas vezes. Diversos sites noticiaram que o síndico do edifício sabia das ameaças de morte contra seu funcionário, motivo pelo qual ofereceu-lhe licença de 30 dias, esperando, com isso, que a situação se acalmasse, mas o zelador não aceitou, dizendo que iria enfrentar o problema e que por precaução passaria a andar armado.

O zelador trabalhava no prédio havia seis anos e não tinha histórico de violência.

Em meu livro “Paixões Perigosas”, lançado em julho/2014, deixo claro que uma das causas mais frequentes de homicídio é a traição.

O presente crime de morte, noticiado largamente pela mídia, poderia ter sido evitado?

Claro que sim. O zelador, que alega ter sofrido ameaças do marido traído, fez péssima opção ao comprar arma de fogo, mesmo porque, o síndico apontara saída temporária do problema ao lhe oferecer licença no trabalho. Com isso, poderia ter se afastado até que os ânimos se acalmassem. O administrador não poderia ter aceito a recusa, principalmente se sabia da intenção do zelador de adquirir revólver para se proteger.

O síndico poderia também ter orientado no sentido que fosse registrado, na Delegacia de Polícia do bairro, boletim de ocorrência de ameaça, para que, assim, o marido traído fosse intimado a prestar esclarecimentos. Com a interferência da polícia, geralmente, os ânimos se acalmam. Infelizmente, o zelador não seguiu nenhuma dessas opções e resolveu enfrentar sozinho o problema que ele mesmo gerou.

O caminho escolhido foi o pior possível, pois redundou na morte da vítima.

O filósofo Hipócrates disse que “a cura está ligada ao tempo e, às vezes, também às circunstâncias”. Quando estamos nervosos devemos contar até 10 para não fazer bobagem.

Em 2014 tivemos cerca de 57 mil brasileiros assassinados, sendo que, na maioria dos casos, por motivo fútil.

No homicídio em tela, faltou prevenção e sobrou violência.

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